Ontem, pela primeira vez em dias, ela não pensou em você antes de
dormir, e, ao fazer isso, desfrutou de um sono leve, tranqüilo e sereno. Não
que você trouxesse pesadelo e tormenta às noites dela, mas a ansiedade que ela
sentia quando pensava em você a consumia. Foi libertador não lembrar os bons
momentos nem imaginar quais seriam seus próximos passos. Os próximos passos dos
dois. Imaginar como seria te encontrar de novo, sentir teu cheiro, tua pele,
teu beijo. Te sentir por completo. Sentir que são um. Dividir com você não
apenas a cama, mas a vida. Compartilhar histórias. Criar novas experiências.
Traçar novos caminhos. Viver a plenitude de um amor sincero, paciente e
generoso.
O problema é que você tem medo disso; medo da felicidade. Quando ela
chega perto, você dá um jeito de se afastar. Não consegue se entregar por
inteiro a ela. Não consegue porque ainda está preso ao sofrimento que o passado
causou. Essa prisão não deixa você abrir as portas para novos sentimentos,
ainda que você se esforce pra isso.
Amarrado ao passado, não consegue perceber que o amor que oferece é
incompleto, vazio e egoísta. Olhando para o próprio umbigo apenas, não enxerga
quem está ao seu lado se esforçando pra fazer você feliz. Preocupado com os
próprios sentimentos, não vê que está magoando outros corações.
E o mais triste disso é saber que você não tem coragem suficiente para
aceitar essa felicidade que está na sua porta. Pedindo, implorando pra entrar.
Essa felicidade que só quer uma chance. Uma chance pra mostrar que ela não é
como você pensa; como aquele passado que tanto te fez sofrer.
Não demore, pois
ela não vai esperar por você a vida toda.
Existe um mundo enorme e centenas de
milhares de pessoas dispostas a oferecer aquilo que você dá pela metade.
Não espere perder. Quando você se der conta, pode ser tarde demais.
Ontem, pela primeira vez em dias, ela não pensou em você antes de
dormir. E esse foi só o começo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário